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Marcos Otero

No começo de março a taxa Selic subiu de 2% para 2,75%. Mas falando em termos práticos, o que isso significa? Como isso nos impacta? 

 

Vamos começar do começo para entender melhor a nossa economia!

O que é Selic?

A Selic foi criada no ano de 1979 como uma forma de tentar frear a inflação. No período em questão o Brasil vivia uma época de hiperinflação, onde os produtos eram caros e a moeda bastante desvalorizada. Então a Selic surgiu como uma forma de remediar o cenário e tentar equilibrar a economia novamente. 

 

A taxa é definida a cada 45 dias por meio de reunião do Comitê de Política Monetária e do Banco Central. Portanto, o aumento recente da taxa foi uma medida para tentar conter a inflação. Em períodos mais estáveis economicamente quando a taxa Selic diminui é com o objetivo de estimular o consumo e aquecer o mercado. 

 

De modo geral, a taxa Selic impacta em nossas vidas em quase todas as nossas finanças. A Selic é a taxa básica dos juros no Brasil que serve como uma das principais ferramentas de controle da inflação e também influencia as demais taxas da nossa economia. Desde taxas de juros de empréstimos, financiamentos, aplicações financeiras até os valores no supermercado. 

 

Para que fique um pouco mais simples de entender a Selic: a sigla significa Sistema Especial de Liquidação e Custódia. Este sistema é totalmente virtual para instituições financeiras comprarem e venderem títulos do Tesouro Nacional. A Selic está diretamente ligada aos juros destes títulos públicos que o governo oferece neste sistema exclusivo. 

 

Os títulos do Tesouro Nacional, assim como os impostos, são uma forma de arrecadação de dinheiro.  Os títulos são certificados de dívidas, vendidos e emitidos pelo próprio governo por meio do sistema Selic. Agora fez um pouco mais de sentido, certo?

 

Por meio desses empréstimos o comprador, no caso as instituições financeiras, ganha o direito de receber o valor com acréscimo de juros. Isso só é possível porque por lei todas as instituições devem finalizar o dia com uma quantia X nos cofres. Se não atingir a meta diária ela tem a possibilidade de pedir este pequeno empréstimo.

Estes empréstimos são bem curtos, com prazos de 24 horas. Como forma de garantir o pagamento é usado os Títulos do Tesouro adquiridos do Banco Central

 

Da mesma forma que as instituições negociam entre si para conseguir finalizar o dia com a meta mínima, elas também podem negociar com o público outros tipos de investimentos. Lembra que a Selic serve de referência para diversas outras taxas? Pois é, a rentabilidade das aplicações tem a Selic como base.

Como isso impacta o bolso do investidor?

Com o aumento os preços têm uma tendência a ficarem mais estáveis, mas os juros de créditos, parcelamentos ou cheque especial ficam maiores. Os investimentos mais afetados são os feitos no Tesouro Direto, Renda Fixa e Caderneta de Poupança. Para investimentos que costumam se beneficiar a longo prazo, como o mercado imobiliário, o aumento não costuma influenciar tanto. 

 

Com taxa a apenas 2,75% ainda é muito vantajoso investir no setor imobiliário, visto que o mercado tem um tempo diferente dos outros tipos de investimentos. Como podemos ver na tabela abaixo, a taxa tem se mantido constante nos últimos meses e com isso, o mercado imobiliário tem aproveitado os juros baixos para crescer.

Taxas de juros básicas – Histórico

Ainda é um momento vantajoso para você investir em imóveis. O ideal é aproveitar a baixa temporária da Selic para fazer seus rendimentos crescerem, pois a tendência até o fim do ano é a taxa dobrar e os juros aumentarem. 

Espero ter tirado suas dúvidas quanto à Selic!

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