0CP2McdWhVv_S7hRJ8w6V00Z2iRFxYTQuc4e62iqAdk
mudancas-tendencias-e-desejos-do-consumidor-durante-e-pos-pandemia
Marcos Otero

mudancas-tendencias-e-desejos-do-consumidor-durante-e-pos-pandemia

O boom no setor de reformas e decoração durante o isolamento social e o aumento de mais de 23%* de compras online de móveis e outros itens revelam que quanto mais tempo em casa, mais análises são feitas sobre o imóvel. Paredes, espaços conjugados, reparos: tudo o que passava batido no dia a dia, acabou entrando no radar dos moradores, o que ressignificou e intensificou a relação com as residências. Só o fato de morar, trabalhar e ter de achar formas de se distrair e entreter durante o tempo de folga, tudo no mesmo lugar, já desperta uma necessidade por apartamentos maiores, conforme revelou recente pesquisa realizada em São Paulo. Afinal, com o fechamento das áreas de lazer comuns, é o espaço particular que deve abrigar mais opções.

E se antes a ideia de ter um cantinho da casa reservado ao trabalho poderia causar até certa antipatia para quem faz questão de deixar os compromissos do lado de fora, agora, cômodos com estrutura adequadas ao home office são um dos principais objetos de desejo para o pós-pandemia – até porque muitas empresas resolveram adotar de forma permanente esta modalidade. Nos escritórios de arquitetura, a percepção é a mesma: as principais demandas são aquelas menos custosas e com menos tempo de execução, como pinturas e reconfiguração espacial. Neste quesito, a cozinha tem papel de destaque: é uma das peças que requer mais dedicação na hora da reforma e mais peso na hora da escolha da casa nova, fato influenciado pela função terapêutica, prazerosa e de convivência familiar que cumpre, afinal, a culinária é um dos momentos de maior interação e integração.

Atividades no bairro

E foi através de um fato global que obrigou o isolamento, que a relação com o local foi intensificada. Seja pela questão geográfica – de manter-se o menor tempo possível fora de casa e evitar locais com possível movimento – como pela questão econômica – de fortalecer o comércio da zona – a valorização dos bairros e das atividades presentes em cada um deles provocou um significativo aumento pela procura de serviços e produtores da vizinhança, o que certamente pesará para que, daqui para frente, pessoas que procurarem por um imóvel, passem a olhar de forma muito mais criteriosa as possibilidades de cada região da cidade e o que cada uma tem de a oferecer.

Digitalização

Já comum em muitos processos antes da pandemia, a digitalização avançou de forma muito mais rápida. Inclusive, o maior lançamento do ano em Rio Grande, do Acqua Parque Portugal, será 100% virtual.

O que aconteceria em anos, inclusive em termos de desburocratização, aconteceu em meses, exigindo a adaptação de corretores e também clientes, até dos mais desconfiados quanto a processos eletrônicos. O contato se tornou bem mais intenso, com a troca constante de informações sobre empreendimentos e casas, e extenso, exigindo uma profunda estrutura digital das imobiliárias para atender a todas as demandas de maneira virtual e sem perder a agilidade e a excelência, o que já afunilou o mercado. Aquelas que não conseguiram manter a qualidade certamente ficarão para trás quando tudo voltar ao normal.

A tendência é que assinaturas digitais e visitas virtuais, que já aconteciam, fiquem e com muito mais força. A primeira já tem confiabilidade e segurança jurídica asseguradas, além de ser concluída em apenas 15 minutos. A segunda, representa praticidade e otimização de tempo para clientes e corretores. Com estes novos hábitos digitais, soluções para o mercado, como aplicativos e ferramentas que facilitam a experiência do usuário, também devem surgir.

Fonte: Pesquisa recente da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), em parceria com a Konduto.